EU EXISTI?
Eu existi. Precisou uma luz mais forte. Porque antes o fosco era eu. Eu era o nada. A explosão deteriorou o que era e passei ao ser o estar o antes o depois e o agora. Tudo em todos mais um, não mais um deles. Ontem parecia haver coisa nenhuma, deixei de ser eu. Simplesmente outro: estado, concepção, substância etérea, aura, seja lá o que isso for. O nada tornou-se e tudo veio a explicar-se, desde que o fluído criativo me absorveu. Pessoas não são pessoas. Coisas não são coisas. Não existem. Começam, terminam, recomeçam, determinam, em mim, comigo,através, dentro e fora. Desde aquele dia vejo o homem dando nome às coisas, as coisas rotulando o homem. E minhas mãos estão grudadas às costas. Quatro paredes brancas. Quatro bolinhas brancas e uma amarela.