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DO LIVRO DAS REVELAÇÕES

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São os detalhes que nos tornam únicos Das mínimas coisas a memória é feita a gente é muito mais que pele. E nos pequenos gestos vasculhamos nossos universos em busca do mesmo, do velho... amor. A busca inconsciente e ávida por coisas pouco notadas não mais pelo senso viciado de novidades, ainda sem a tênue percepção de que o extraordinário sempre esteve lá. Perto do fim morrem sensações ilusórias do que temos pelos símbolos que vestimos quando nos permitimos despir coisas comuns medos expostos, sensações antigas e guardadas pelo ledo engano de que neste mundo elas nunca mais serviriam, consumidas pelo tempo. Esta mania humana de por fim nas coisas como se elas terminassem - o que pretensiosamente chamamos morte, como se tudo encerrasse ou desaparecesse. Mas os detalhes revelam tudo. É nesta hora que prevalece o senso comum, a sensação mediana, medíocre, a semi-vida. O Purgatório revela o que ninguém quer.

saudade 171

E quando a saudade nos assaltar? Levantaremos os braços, entregaremos tudo, arriscaremos a vida arrancando-nos a realidade? Morreremos por outras mãos ou viveremos livres e blindados?

Razões do corpo

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Meu corpo não comporta o pouco Quer tudo intenso Ficou por tanto tempo à flor da pele Elevou-se em doses Que o carinho se tornou dormente A pele grossa e o nervo que demora a enrijecer pois não descansa no afã de ser sempre pleno até doer o escroto Revolve em fantasias Pra alimentar desejos e drena tudo explode ao ponto de se esvair e me melar inteiro meu prazer me abandona Invade a culpa anônima O vazio de não existir de verdade O tempo escorre em claro e escuro O cheiro é só do que sai dos próprios sexos Deve ser por isso que nunca se encontra Evita o odor alheio O toque em lugares indesejados Apaga-se o mistério De percorrer um corpo inexplorado Sem paciência em descobrir o outro E o membro flácido ejacula precoce e tímido Quem é o outro pra desvendar meu corpo? Quem sabe da exata intensidade da pressão nos meus mamilos sou eu! Aperto meu pau de um jeito que nenhuma mão irá apertar Enfio os dedos de um jeito que só a
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A mentira finge que eu não sei. E eu pergunto como se nada soubesse. A resposta vem com toda a convicção.  E eu esmiúço o assunto  em pequenas novas perguntas  adjacentes,  para observar o fio vestindo tecido.  É impressionante como tem gente  que se veste sempre do mesmo jeito. A moda muda, e continuamos ridículos se insistimos em cobrir por causa  de nossas pequenas vergonhas.  A beleza é sempre tão fingida!
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ABANDONO Não fujo mais. Se é feio ou bonito, se atrai e assusta, Não nego: meu gozo ainda dói. Tenho medos que são virgens mas agora insisto na dignidade destas vergonhas. Não quero prazeres dormentes. Que doam Que esfolem Que sangrem Que me matem  estes prazeres ocultos. Levem tudo. E me deixem, finalmente, nú. Nascerei, então,  com a consciência livre de toda decência impura.