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Mostrando postagens de abril, 2014

DESPEDAÇOS

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A perda chega a desconfigurar alguém. Dessa massa disforme, desse pedaço que falta e flutua, dessa ausência que nada preenche, dessa sombra tamanha onde é difícil acostumar o olhar sem luar, da matéria escura, do pó das estrelas, do céu que ainda se vê e não existe mais.... Ainda será Universo. A forma que encolhe para expandir. A Vida na minúscula partícula. A volta. O início que era - já foi um fi m. A dor de morrer talvez seja a mesma de nascer. E o que há entre estas... Ah, o que há... entre a dor de mudar de forma, de encaixar nos novos espaços, tornar presente e expandir, sobejar, gerar constelações que talvez nem vejamos frutificar no céu, lembrança do brilho do que um dia já fomos; será vida para os olhos de quem vê e se sente vazio, ofuscado por sentir-se perdido. Somos feitos dos mesmos vazios para preenchermos o espaço do todo. Mas tudo é mais além, não cabe em nós. Espaço de chão. O espaço é um pedaço de chão.