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Mostrando postagens de outubro, 2014

O silêncio que liberta palavras

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Recolhi muitas palavras.  E o silêncio invadiu-me para roubà -las .  Ouço desde então os vazamentos e os rangidos agredidos.  Os aparelhos continuam funcionando  mesmo quando não são vistos.  E  se desgastam.  Foi lá que o sussurro do vento  ficou parecido com a minha respiração.  Perturbou-me estar vivo desse jeito!   Pois o equilíbrio todo desorientando estava surdo.   Não me ouvia. Palavras guardadas num lugar onde não lembrava.   Pareceu me bem ficar assim : como terra sem do no,  onde o olhar não começa nem termina,  mas ninguém se apropria quando nela se encontra.   É o tipo de lugar onde a maioria das pessoas vai só de passagem. Quase ninguém tem coragem de ser morada de si mesmo.  Só me sabe o recomeço dessas cercas que não existem mais.  E a não existência pode ser assustadora.  Mas logo vem a serenidade.   Interessante como a ausência torna o futuro lento.   E passado é o mais acelerado dos tempos. Liberto, sinto meu presente fecundo.  Já posso fica