DOS PEDIDOS QUE NÃO FIZ
De tanto ser deslocado, aprendi a transitar. Quando esperava o ponteiro chegar no minuto seguinte, anoitecia. E o luar foi a única companhia. Quando muito, uma estrela cadente. E eu não sabia fazer o pedido. E ela passava rápido demais, perdia. Esperava a seguinte, mas não vinha. Até que parei de me surpreender! Depois que as horas pararam, eu esquecia o que via, até parava de procurar, mesmo à luz do dia. Era tudo a mesma coisa, sempre a mesma ladainha, só mudava a cor do céu enquanto eu me desbotava, me esvaziava e me preenchia, pelo menos de ar, pra continuar existindo. E assim me deslocar até o instante se tornar a razão mais importante de transitar. Quem sabe um dia nossos tempos se encontrem. 13/07/17 00h14