ABANDONO

Não fujo mais.
Se é feio ou bonito,
se atrai e assusta,
Não nego: meu gozo ainda dói.

Tenho medos que são virgens
mas agora insisto na dignidade destas vergonhas.
Não quero prazeres dormentes.

Que doam
Que esfolem
Que sangrem
Que me matem 
estes prazeres ocultos.

Levem tudo.
E me deixem, finalmente, nú.
Nascerei, então, 
com a consciência
livre de toda decência impura.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANTROPOFAGISTA

Razões do corpo

DOS PEDIDOS QUE NÃO FIZ

saudade 171

CONVERSO COM OS BICHOS

Momento presente

PRAZERES SIMPLES

DESPEDAÇOS

TRAVA LÍNGUA